sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Velho Fajuto

Mais um ano eu volto aqui para lembrar que eu não gosto natal...

Natal só é bom quando se é muito criança, e se SABE que Papai Noel existe. Natal é bom quando a gente fantasia que todas as criancinhas ganharão presentes dia 25, porque Papai Noel é um velhinho muito bom, que está em todos os lugares e não se esquece de ninguém.

Quando eu cresci, me disseram que Papai Noel finalmente morreu. Mas uma vez o vi em um shopping. E em mais outro. E não é que o velhinho está, realmente, em todos os lugares?? Mas Papai Noel - posso chamá-lo de Papi? - Mas papi usava um relógio digital de 80 reais. E achei que ele não deveria usar relógio.

- Papai Noel, joque esse relógio fora!
- Vai tirar logo uma foto ou veio tomar meu tempo, menina?
- Tempo pra que, papi? Ainda é novembro! Aliás, o senhor não deveria estar construindo os brinquedos para o natal?
- Não preciso. Contratei novos funcionários para a fábrica, demiti os duendes e as renas foram trocadas por helicópteros.

Não tirei foto com aquele velhinho fajuto... e tive certeza de que o Papai Noel que eu conhecia havia morrido...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Inferno Astral

Amanhã começa meu inferno astral. Não quer dizer nada, mas vale a pena avisar. Talvez o post de hoje seja confuso. Mas se eu compreender, já basta.

Antes eu dizia que "vocês nem ao menos me conhecem"... Hoje penso que não permiti me conhecerem, me perdi e me desconheço por completo.

Me sinto um estúpido vaso de plantas de corredor... Não serei nova demais para tentar entender as coisas? Aliás, há o que entender de verdade?

Sempre na sua vida vai aparecer gente que vai te dizer que você é novo demais, velho demais, gordo demais, baixo demais, agitado demais... que você é muito você mesmo.

Então se aproxime daqueles que te dizem que você vai conseguir, que vai superar, que vai alcançar, que tudo isso vai passar... aproveite e se aproxime também daqueles que são piegas, que escrevem poesias, que são diferentes, que riem o tempo todo, que acham que a vida é maravilhosa - porque ela é - e são essas pessoas que você deve tentar entender; elas lhe dirão onde você está errando. É importante reconhecer um desafio, eles devem ser sempre reconhecidos e nunca menosprezados.

Sempre impulsionei as pessoas para frente, para cima e para elas mesmas. Mas mesmo eu tenho amigos que me empurram, mesmo que de leve, inconscientemente. Infelizmente me acostumei a perdê-los. Não é agradável se acostumar com esse tipo de coisa...

Hoje eu estou lutando e estou com saudades.
Saudades de que?

sábado, 19 de novembro de 2005

Agora chove

Final de ano sempre me arrasa, sempre derruba todos os meses que eu levantei com um sorriso enorme no rosto.

Descobri que não sei mais escrever sem parecer piegas, sem parecer que fiquei pensando horas. Agora eu escrevo como quem acorda e percebe que respirou enquanto dormia. Agora chove.

Tem como escrever isso sem parecer melancólico? O céu cinzento não ajuda, tampouco. Eu vejo cinza por toda a parte. Tenho saudades do que?

Saudades ...

sábado, 1 de outubro de 2005

A Menina e o Andarilho

A menina era uma pessoa que escondia seus sentimentos pelos motivos mais diversos, até que um belo dia - ou será que era noite? - resolveu andar pelo deserto. Começou a falar alto, só para o vento ouvir, mas ele acabou levando suas palavras para muito longe...

Episódio Um - Pensamentos que não pertencem a ninguém

Nada de chuva agora, havia apenas a noite. A menina andava há tanto tempo que já nem compartilhava seus pensamentos com aquela Lua. Falava com Urano, Netuno e Plutão. Falava sobre seu sangue, seu mundo e sua alma. E somente os deuses para entender do que ela falava. Humanos não ouvem mais os poetas...

Teriam eles afastado o Sol para estarem sempre com ela? Não saberia dizer. A verdade era que a noite já durava tanto tempo que ela não se lembrava mais do Sol. Por quanto tempo caminharia no deserto tendo por companhia aqueles deuses egoístas?

Quando Urano finalmente parou de tagarelar, ela continuou falando:

- ...e quando ele se aproximava com aquela voz arrastada, me tirando do silêncio, dizendo: "Uma moeda de ouro por seus pensamentos." - Como se eles estivessem a venda! Aquilo me irritava tanto...

Plutão, que até então não havia se manifestado, achou aquilo engraçado, e se viu na obrigação de perguntar:

- Porque importavam tanto teus pensamentos para ele?
- Oras Plutão... não sabes que os humanos são criaturas curiosas?
- Mas menina, por que então não deu teus pensamentos a ele? De onde eu venho isto não é importante...
- Simplesmente porque eles me pertencem, assim como minh'alma. E do que me pertence, Plutão, eu faço o que eu quiser...
O assunto estava encerrado. Realmente, falar de pensamentos não agradava à menina. N'outra noite ela resolveu andar em silêncio, querendo que eles a deixassem em paz alguns momentos. Já não podia ouvir seus pensamentos e os deuses a sufocavam.

Ao longe vinha um rapaz - o andarilho - que certamente cruzaria seu caminho...

Continua...

sábado, 27 de agosto de 2005

Bem melhor

Nunca se sabe com que humor a gente vai acordar...

Esta semana está sendo boa. Tenho acordado muito melhor do que a semana passada. Talvez por ter dormido um pouco melhor, talvez por não ter sonhado nenhuma bobagem como costuma acontecer.

Provavelmente ninguém percebeu que estou pra baixo há vários dias por um monte de coisas erradas que têm acontecido, mas melhorei bastante. Sempre que eu fico mal penso que é o fim do mundo, mas nunca é.

Eu culpo a falta de chuva, maldita meteorologia. Há dias me preparo para um temporal que não vem. Chuva cai do céu, devagar, e tem forma de lágrima. Ou são as lágrimas que têm forma de chuva?

O que me anima é a música, neste momento japonesa. Fico feliz com cada coisa boba, mas é tão agradável essa batida meio lenta. Fico cantando baixinho e começo a rir comigo mesma, um sorriso totalmente bobo, verdadeiro e preguiçoso, esse que eu não dou para ninguém. É só meu; Minha amiga T. fala que eu faço cara de apaixonada. Mas o que eu sou senão uma apaixonada?

Quando estou de mau-humor, as pessoas continuam se aproximando e me fazendo perguntas e me tirando do sério; fico pensando que estão se tornando mais corajosas ou se de repente perderam o amor pela vida (risos).

T.: - Você está mentindo. Fala logo, por quem você está apaixonada?
Eu: - Querida, não se preocupe, eu amo você também...

Resposta errada; ela não fica satisfeita. Porque as pessoas querem se apaixonar a todo instante, e amar está, definitivamente, na moda. Cada um criou seu conceito de amor. "Amor é quando você pensa mais em outra pessoa do que em si mesmo". Oras, isso não é amor, é doença.

Amar não está fora de alcance, está além da compreensão dos simples mortais - impressionante como sempre conseguimos complicar tudo.

"...sua mãe dizia que as mulheres podem amar os homens, e que isso acontecia algumas vezes."

O que você pensa que é o amor?

terça-feira, 9 de agosto de 2005

Porque Lunática?

Blogs estão bloqueados onde eu trabalho, estou tentando não me incomodar com os inúmeros bloqueios que apareceram. Atualizações somente nos finais de semana. Gomen Nasai. Vou compensar a demora com um texto mais pessoal, agradeço aos comentários.

***
"Se esse mundo fosse plano, talvez nunca nos encontrássemos. E viveríamos nos afastando, nunca diminuindo a velocidade, como se corressemos um do outro. Mas não importa o quão longe estejamos, o mundo dá voltas. Tenho certeza de que iremos, mais uma vez, nos encontrar".
- Uma tradução ruim de Loop, música da Sakamoto Maaya
***
Eu gosto de escrever.

Quando eu penso muito tempo em alguma coisa, fico com vontade de escrever. E depois que eu escrevo, já não me preocupo mais com aquilo. Engraçado, mas é como se eu desse asas para meus pensamentos... eles se tornam livres e não somente meus. Sempre foi assim.

Queria escrever essa semana, para parar de ficar pensando bobagens e, por algum motivo, tudo que eu escrevia, acabava apagando no final. Várias vezes já fiz isso, já perdi mais palavras do que escrevi de verdade, penso que todo mundo que escreve no computador acaba fazendo o mesmo. Só não sei porque, dessa vez, isso me incomodou.

Nunca apaguei nada do meu velho diário de papel, talvez por isso não escreva mais nele... talvez ele tenha se tornado impessoal demais quando outras pessoas passaram a achar divertido lê-lo, isso quando eu tinha uma idade onde não era aconselhável rir das besteiras que eu sempre escrevia.

Vejam bem, adultos esquecem o que é ser criança e da importância de algumas coisas nessa época. E quando se é criança pouca coisa se torna realmente complicada. Minhas preocupações giravam em torno de cometas e eclipses perdidos por causa das nuvens. As nuvens eram meu maior problema. Os outros viviam em um mundo que eu não alcançava, - acho que ainda não alcancei - e enquanto todas as outras pessoas queriam ser compreendidas, eu queria compreendê-los, entender suas motivações, o porque de certas coisas.

Porque Lunática?

Uma época eu rabiscava "Ora (direis) ouvir estrelas" nos meus cadernos de escola (e perdi o senso), lia muitos livros e me sentia estranha por isso, me fizeram pensar que era ruim ser diferente, gostar de literatura, astronomia, mitologia - dia desses percebi que não sei mais os nomes de todas as luas de Jupiter e Saturno, descobriram tantas novas! Fiquei triste com isso, não estou criando tempo para olhar para mim mesma, e se perder isso, não saberei mais quem sou ou o que estou fazendo aqui. O que estou fazendo aqui?! Oras, me divertindo e sendo eu mesma...

Uma aula de português da 6ª série, e eu tive que escrever um poema, alí, na hora. Minha primeira oportunidade de escrever minhas besteiras sem parecer alienígena, achei que deveria escrever algo que as pessoas gostariam de ler. E escrevi:

"O amor é muito frágil,
e se quebra n'um segundo,
mas gostaria que soubesse
que você é meu mundo.

Meu mundo de amor,
meu mundo de ilusão,
o mundo de alguém
que roubou meu coração.

Mas e se o vento parasse,
e se a vida acabasse,
e se eu te dissesse
que é seu o meu coração?

Não só meu coração,
mas também tudo que se faz.
Eu gostaria de te dizer
que te amo cada vez mais".

Hoje me parece meloso e infantil, mas eu me orgulhava dele. Quando se tem 13 anos de idade, escrever algo diferente de árvores e florestas é um motivo para se orgulhar. Mas acabei ficando sem nota e a professorinha escreveu no final do meu poema "acho que já li isso em algum lugar". Fiquei decepcionada.

Naquela época eu não fiquei irritada a ponto de responder, apenas fiz outra redação sobre as árvores e as florestas. Querem saber por que eu não falei nada? Todos da sala gostaram do meu poema, ficaram contentes, me deram parabéns. Para mim foi bom. Aquilo me motivou a continuar escrevendo...

Hoje eu não sei se conseguiria escrever dessa forma 'melosa', pelo bem da verdade devo dizer que esse poema não falava de ninguém em especial. Nessa época eu passava muito tempo sozinha no terraço, com minha luneta, olhando para a Lua. Acabava pensando besteiras desse tipo. Então não é muito verdadeiro, é?

Voltando ao meu diário de papel, o teor é mais ou menos esse... Minhas bobagens favoritas. Então, ainda pelo bem da verdade, vou tentar não apagar e nem pensar muito no que escrevo. O que eu escrever de uma vez será o que eu pensei, e isso faz do texto algo 'verdadeiro'.

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Absurdo

do Lat. absurdu.
s. m., contra-senso, disparate, dislate, tolice, paradoxo;
adj., contrário à razão, ao senso comum;
ilógico, contraditório, paradoxal.

Hoje relendo Edson Marques meus olhos pararam no texto sobre Lúcifer:
"Se eu tivesse um filho, seu nome seria Lúcifer Marques. Lúcifer, em grego, é Fósforos."

Considerações (retirado do site Melodia):
"Embora de uso bastante comum no meio religioso em geral, a palavra Lúcifer não aparece na Bíblia. Trata-se de um termo latino (Lucifer, de lux + fero), ao pé da letra: portador da luz, o que produz a claridade. Tal termo é uma tradução latina de "estrela da manhã", que aparece em passagem bíblica. Em grego diz-se Heosphoros: luminoso, brilhante; em árabe Zuhratun: o resplandecente. Lúcifer, entre os teólogos, é tido como o supremo chefe dos anjos caídos..."

Independente de alguma possível tradução errada da passagem acima, vamos então ao post:

Estava eu lendo Edma, quando deparei com a palavra "fósforos". Achei curioso. Virei para T., minha colega de trabalho e amiga de certa forma:

- Olha só, Lúcifer é fósforos em grego...
- O que?
- O nome Lúcifer... significa fósforos!
- Ah tah, e isso significa que eu não devo mais ter medo dele? - isso foi sarcasmo.
- Como é?
- É, porque o nome significa fósforo, não é mais uma coisa ruim?
- T., ele foi um anjo, o mais belo! - minha cara de incredulidade deve ter sido impagável.
- E daí? O nome serve para uma coisa ruim!
- Ta, deixa eu ver se entendi... se o cara se chama Juscelino Kubitschek, necessariamente vai ser presidente? - sim, a comparação foi idiota, mas foi a primeira coisa em que eu pensei. Mais tarde pensei que poderia ter usado João, naquele momento, e causaria mais efeito.
- Então tá, faz o seguinte, coloca o nome dele no seu filho! - ela tem tanto medo que não fala o nome dele, e nem sabia o que significa.
- Não posso, minha irmã já pensou nisso primeiro. Além do mais, tenho outros planos para nomes de crianças. Se não me engano ele era o anjo mais próximo de Deus...

O cara não aparece na bíblia, é todo maneiro em Constantine (filme), em Angel Sanctuary (mangá japonês) e pessoas têm medo dele? O pior veio depois:

- Quem sabe Deus não teve medo de se apaixonar por ele e o colocou pra fora de casa?
- Shaiene, você é um absurdo.
- Tá, esquece...

Engraçada a palavra absurdo. Na verdade não é propriamente elogio nem crítica.

Foi o fim da conversa. Depois disso encontrei várias outras coisas interessantes sobre o "Lu", mas me limitei a guardar para mim mesma. Realmente, vários sites se referem a Lúcifer como "...a estrela da manhã. Em latim, Lúcifer significa 'o que leva a luz' e apenas na tradução cristã ele é associado ao mal..."

Alguns dos meus amigos não estão preparados pra me entender.

terça-feira, 5 de julho de 2005

Principezinho

Sobre "O Pequeno Príncipe", livro que ganhei essa semana...

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos".

CAP. 1

Quando leio O Pequeno Príncipe fica aquela sensação de vazio que sempre dá quando a gente lê uma coisa muito certa e ao mesmo tempo sabe que não é assim na realidade.

Quando eu era bem pequena, li esse livro pela primeira vez. Foi a primeira coisa que eu li por vontade própria.

O livro foi do meu pai. É importante colocar aqui que fui criada pela minha mãe. Então não sei como todos os livros dele vieram parar no meu armário. Era só um livro. O meu livro favorito. Esse livro do meu pai eu perdi. Provavelmente emprestei e não me devolveram. Ao menos me ensinou a ser mais cuidadosa com as minhas coisas. Por algum motivo eu nunca comprei outro.

Voltando à história, então eu era pequena e li esse livro. Pequena de idade, devia ter uns 6 anos. Sempre achei o máximo aquele desenho da "cobra que engoliu um elefante" que todos pensavam ser um chapéu. O típico livro que você entende de uma forma diferente cada vez que lê.

Voltando ao que levou a esse assunto, semana passada eu ganhei uma edição mais atual de "Le Petit Prince"... meu livro favorito. Quando a gente lê muito sobre muitas coisas, se sente no direito de gostar de um livro tão simples.

Eu, pequena, adorava o príncipe e tinha raiva da rosa...
Quando a gente é criança sente raiva de cada coisa boba...

CAP. 2

Como as coisas são... eu tinha raiva da rosa. Hoje simpatizo com ela.

O livro do meu pai não tinha valor sentimental, mas a pessoa que me deu esse livro talvez não saiba o valor que tem essa história. Aliás, tenho certeza de que ele não sabe, porque nunca deixei ninguém saber. E somente talvez ele agora esteja pensando - e rindo consigo mesmo - "mas é só um livro"...

Veja, Leo, não é só um livro! - Eu disse que quando estivesse falando de você, deixaria você saber - Já conheço suas reações mesmo de longe. E eu o conheço tão pouco! Isso talvez signifique que você está ficando previsível, ou que amigos são assim mesmo...

Bom, a parte mais triste do livro é, propositadamente, a hora em que o principezinho vai embora. Não é um livro feito para crianças. Talvez esse livro me tenha feito mal e fiquei assim, achando que também posso voar.

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos".
A frase tem efeito. Mas você sabe o que significa?

domingo, 19 de junho de 2005

Ilha do Som

Do you know what I mean?
Do you know?

Na ilha do som vivia a mulher que cantava.

Ela era a única que possuía o dom da voz naquela terra tão silenciosa. E quando ela emitia um som, todos paravam para ouvir. O mundo parava. E eles não saberiam dizer o que era o belo e o que era o feio quando vindos daquela mulher, pois era a única que possuía a capacidade de exprimir com a voz os seus sentimentos. Seria belo em qualquer tempo o que ela cantasse.

E quando ela estava contente, seus olhos se enchiam de luz, a voz saía alta e não se entendia muito bem o que ela cantava, eram palavras desconexas, às vezes apenas notas soltas. Ninguém queria realmente saber o que ela estava cantando. Para ela aquilo era o sorriso. E a ilha inteira sorria com ela.

Na ilha do som, nome irônico para um lugar tão silencioso, o que quer que ela fizesse era belíssimo. E quando ela saía às ruas cantando, todos vinham felizes para a porta de casa admirar a mulher.

E quando ela estava triste, não ficava calada como muitos deviam pensar. Ela cantava baixinho e se encolhia na cama. Não permitia que ouvissem seu canto triste.

- Porque levar tristeza a essas pessoas? - Ela pensava.

E ela não entendia como eles conseguiam ser felizes sem a música, e se sentia mal por estar triste com tamanho dom. Não se dava o direito de chorar.

É verdade que ela estivera triste poucas vezes, mas nesses raros momentos era tão difícil se aproximar. Ela criava um abismo... e cantava baixinho... Era impossível de alcançar.

E a mulher que cantava, aquela que dava alegria a toda uma terra, gostava mesmo era de ficar sozinha, como uma verdadeira ilha...

Você entende a mulher que cantava?

terça-feira, 7 de junho de 2005

Paraíso Astral

Inspirada para escrever um monte das minhas besteiras favoritas...

Let me go home
I'm just too far
From where you are
I wanna come home

Descobri que a menina da história hipócrita - aquela que casou para sair da casa da mãe - é uma pessoa parecida comigo...

Descobri que é uma boa amiga e compreendi um pouco da atitude dela, também. Em momento algum achei certo o que ela fez, mas cada um carrega seus motivos e estou começando a entender os dela.

Eles vivem brigando, lembram? De certa forma fiquei contente de saber que ela não está amarrada nele.
E só depois eu percebi que simpatizo com separação... que tipo de pessoa estou me tornando?

O que eu penso sobre o "Felizes para sempre"?
Vejamos, não teria problema algum no sempre se o felizes fosse uma constante... é tão simples na minha cabeça, por que as pessoas complicam tudo?

***

Capricorniana em Paraíso Astral é o seguinte:

Resfriada.
O céu é cinza nessa época e ainda assim eu vejo tudo meio branco e em câmera lenta se deixarem eu pensar demais. Mesmo com esse nariz entupido (palavra não-poética, mas quem quer ser poético aqui?).

Resfriado significa inverno, e eu simplesmente amo inverno...

terça-feira, 24 de maio de 2005

O menino que pensava que era grande

Era uma vez um menino que pensava que era gente grande. Ou era um adulto com mente de menino? Enfim, o menino queria ser feliz para sempre e me seguia onde quer que eu fosse. Por que aos seus olhos eu sempre estava sorrindo, e isso me caracteriza como feliz...

feliz
do Lat. felice

ditoso, afortunado;
satisfeito, alegre;
abençoado, bendito;
bem imaginado;
bem combinado, acertado;
bem sucedido;
próspero, que tem muita sorte.

O menino fazia parte dos meus problemas, tinha que estar sempre preocupada com ele. E me fazia mal ver que ele não se movia com a própria vontade, era dependente de três ou quatro pessoas. Resolvi me excluir daquilo tudo, e quando ele me procurou novamente, eu tinha ido...

E é para ele que eu escrevo agora...

Pensei em lhe dizer adeus mas as palavras não vieram... então tive que partir sem aviso, sem vestígio. Sei que até hoje você me procura, enquanto eu escorro por entre seus dedos. As vezes estou tão perto que posso ouvir sua respiração, e ainda assim você não me encontra. Não estou me escondendo, ao contrário do que você pensa, apenas me tornei invisível, uma estranha para seus olhos.

Neste momento sinto sua falta, como era de se esperar, e me preparo para me afastar mais ainda. Por que você me deixa falar muito tempo, e eu acabo dizendo besteiras, e deixa eu ser eu mesma toda hora. Veja só já estou falando demais novamente, quando na verdade eu só queria dizer Feliz Aniversário, e me desculpar por ter desaparecido. E dizer que não sou sua salvação, não quero sequer que você me siga, então vou continuar longe por enquanto.

Não precisa me esperar...

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Uma alma livre

Ignorem este post, totalmente sem propósito....

Uma alma livre só nasce onde existe espaço. Porque se eu nascesse em outro lugar, talvez estivesse condenada a vestir preto para sempre, com o rosto encoberto e com medo do mundo. Em outra ocasião, talvez eu devesse usar saias e prender os cabelos, e rezar aos domingos e me confessar.

Um pouco antes e eu teria que acreditar que a Terra é o centro do universo. E eu não acredito nem mesmo em muitas coisas que eu penso... Gosto de acreditar nas pessoas e nas coisas por algum tempo, mas não em tudo e nem em todos eles.

Penso ser livre por falta de opção. Não me vejo uma fanática, seja religiosa, seja por ídolos musicais ou políticos, seja por uma simpatia. A culpa toda é de minha mãe, que sempre me incentivou a liberdade, a verdade e a acreditar. Caso contrário, deveria pedir perdão até mesmo por este brinco de "coelhinha da playboy" que estou usando...

E enquanto muitas pessoas não acreditam em nada, eu acredito em muita coisa. Eu sou uma alma que nunca se confessou.

Não sinto falta disso e, novamente, não me arrependo, especialmente daquilo que me faz feliz. E oras, como posso perdão divino para outro ser humano?

Acho interessante as muitas religiões das pessoas...
E só para Zaratustra ficar sabendo, todos os meus deuses sabem dançar...

terça-feira, 10 de maio de 2005

Arrependimento

O post de hoje é mais um comentário do que uma história...

Uma pessoa se aproximou de mim recentemente, uma nova amiga, que se casou há um ano. Não participei desse processo, só o que sei é que ela vive brigando com ele. E ele parece bom, às vezes os vejo juntos.

arrependimento

s. m.,
acção de arrepender-se;
contrição, pesar, remorso.


Ele parece bom, mas ela diz que não queria ter casado. Casou para sair da casa da mãe, que brigava sempre com ela.

O arrependimento não deve ser maior que o sacrifício. Por que se for desse jeito, não valeu a pena. É um tanto óbvio, mas na prática quase ninguém dá importância para isso.

O que pensar de uma situação dessas? Felizmente ela nunca me pediu conselho a respeito, e nem pretendo dar. Só espero que tenha valido a pena...

Eu me incomodo com muitas coisas, mas arrependimento não há...

sábado, 30 de abril de 2005

Trilha Sonora

Ainda não encontrei minha trilha sonora. Talvez eu tenha que compor algo.

O que eu gosto? Eu gosto mesmo é de acordar todo dia e fazer coisinhas erradas. Porque dois dias nunca são iguais, então às vezes eu chego atrasada, e não tomo café, e trabalho ouvindo música...

Por que o bom é fazer o que eu gosto, e se isso quer dizer errar nas coisas que eu tenho que fazer certo, tudo bem.

E trabalhar ouvindo música é um problema. Se me chamam eu tenho que abaixar o volume do fone. De vez em quando passa da hora de ir embora e eu ainda estou lá.

Música me aliena do que acontece em volta, me exclui da fofoca e me abstrai dos assuntos bons também.
No final do dia eu não sei nada além do que eu procurei saber.

Esse post não é sobre nada importante, só parte da minha rotina excluída.
E voltando às minhas coisinhas particulares, bem.... eles ainda não entendem o que me leva a sorrir o tempo todo.

E a resposta é tão simples...

terça-feira, 12 de abril de 2005

Profundezas

Hoje sem nada pra dizer, um post diferente...

profundeza
s. f.,
qualidade do que é profundo;
profundidade;
fig.,
dificuldade de ser compreendido ou explicado.


***

Antes me perguntei o que era realmente profundo. Oras, profundeza me lembra inferno e estranhamente um inferno sem capetinhas, mas com mulheres semi-nuas e homens musculosos, música e bebidas.

* Obviamente meu conceito de profundo vai além, mas as profundezas podem ser de qualquer lugar... *

Lembrei dessa história porque hoje de manhã uma senhora me abordou enquanto eu esperava um transporte:

- Vou te dar uma leitura, não é religião não! É só para você consultar melhor a sua bíblia. Por que no final, isso será importante!

Vamos a uma colocação aqui: Nada contra a bíblia ou qualquer religião... mas de que final ela estava falando?!

Fica claro que meu inferno não é o dela. Queria saber então como é o inferno de cada pessoa.
Queria entender, mas não vou deixar de dormir pensando nisso...

***

Uma vez recebi um e-mail que dizia:
"Menininhas boas vão para o céu,
Meninas más vão para onde quiserem."


Oras, então prefiro ser uma menina má...

sexta-feira, 1 de abril de 2005

A Pessoa Perfeita

Hoje eu recebi o e-mail de uma amiga convidando para uma reflexão. O título era Você sabe o que é certo ou errado para você? A proposta era a seguinte: Não existe uma pessoa certa para a gente...

"Porque a pessoa certa faz tudo certinho,
chega na hora certa,
fala as coisas certas,
faz as coisas certas..."


O texto é interessante, mas o final se contradiz:

Aí, é a hora de procurar a pessoa errada...
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado,
mas vai estar 100% da vida dela esperando você!
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo...


Oras, quem está procurando a pessoa certa, afinal? Alguém AINDA procura uma pessoa certa!? Muito menos uma pessoa certa no sentido de perfeita.

Eu quero uma pessoa errada como eu... porque no meu mundo egoísta só entra quem eu quero, e pessoas espetaculares ficam sempre de fora. Não conseguem me acompanhar.

A perfeição não consegue dormir tarde e acordar cedo nem ouvir música mesmo quando ela não está tocando.

Esse tipo de gente nunca perde a hora e eu não gosto de horários para nada. É importante improvisar de vez em quando, e se deixar surpreender. Gosto de mudar de idéia, de atitude, de plano e de roupa. Não gosto de repetir. O prazer da surpresa supera o gostinho da perfeição.

Quem QUER ser perfeito?

***

Dúvidas surgindo sobre os textos, uma pergunta me chamou atenção:

& Onde vc arranja esses contos heim???
Vejam bem, não são contos. Tudo o que eu escrevo é meu modo de ver as coisas que realmente acontecem. As personagens que eu cito têm nome e endereço. Algumas tentam tirar minha paciência...

& Sobre as frases que eu cito do Edson Marques, quem puder visitar o blog dele, essa lunática recomenda.

quarta-feira, 16 de março de 2005

Sempre Caindo

"And someday you'll understand what I'm saying now..."

Hoje apresento mais uma personagem na nossa história de amigos que aparecem por aí. Essa tem nome de gente famosa, que se perdeu pela história.

Ela quer se aproximar, mas não entende minha motivação.


- Não me olhe com essa cara, eu sou uma pessoa normal...

Ela vive seu próprio mundo, mas deixa pessoas demais vasculharem suas coisas.

...sou uma pessoa normal que ri o tempo todo e de todas as coisas. Que chora quando quer. Que gosta do escuro e fala palavrão de vez em quando. E eu não vou ganhar o inferno por isso...

Ela tem hora para acordar e hora para dormir. Hora para comer, hora para se preocupar, hora para os amigos.

Só se atrasa quem tem hora para tudo...


Enquanto eu escolho essa vida sem definição, sem propósito, sem maiores pretenções. Estou sempre no lugar certo, seja lá que dia for...

...sou uma pessoa normal que está sempre caindo, e tentando não levar ninguém comigo. Eu não vou para o céu, assim como muita gente...

...não é tão ruim, é?



"And someday you'll understand what I'm saying now..."

Hoje apresento mais uma personagem na nossa história de amigos que aparecem por aí. Essa tem nome de gente famosa, que se perdeu pela história.

Ela quer se aproximar, mas não entende minha motivação.

- Não me olhe com essa cara, eu sou uma pessoa normal...

Ela vive seu próprio mundo, mas deixa pessoas demais vasculharem suas coisas.

...sou uma pessoa normal que ri o tempo todo e de todas as coisas. Que chora quando quer. Que gosta do escuro e fala palavrão de vez em quando. E eu não vou ganhar o inferno por isso...

Ela tem hora para acordar e hora para dormir. Hora para comer, hora para se preocupar, hora para os amigos.

Só se atrasa quem tem hora para tudo...

Enquanto eu escolho essa vida sem definição, sem propósito, sem maiores pretenções. Estou sempre no lugar certo, seja lá que dia for...

...sou uma pessoa normal que está sempre caindo, e tentando não levar ninguém comigo. Eu não vou para o céu, assim como muita gente...

...não é tão ruim, é?

quinta-feira, 3 de março de 2005

Sem Juízo

Meu coração não tem juízo...

Hoje a história de uma amiga borboleta, dessas que vivem voando mas sempre aparecem quando a gente menos espera. Essa sempre amou.

Cada vez que encontro Borboleta, é porque um amorzinho se foi. O tipo de amiga que a gente não precisa telefonar, procurar, manter contato, porque ela parece quando realmente precisar. O amor dela se basta.

O último amor dessa viajante era quase o vento. Cada passo que ele dava, ela ia atras. E passou tão rápido que ninguém viu. Nem Borboleta viu.

Eram tão tristes os olhos dela, quase senti pena realmente. Não se pode ter tudo, ela diz. Não entendo sinceramente quem vive de amor para depois morrer de tristeza. Nada de ser escrava de sentimentos, eu diria a ela, mas não é o tipo de conselho que estou disposta a dar.

Uma vez que ela sinta o gosto de ser livre, aprenderá a ser como o vento, como uma verdadeira borboleta... e não precisará de mais nada.

"Amo a liberdade como se não pudesse amar outra coisa..." ~ Edson Marques

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Queda

Por que a queda tem que ser de cabeça?

O lugar onde eu moro não se pode brincar no quintal, pois as nuvens sob meus pés não resistem muito tempo antes de cederem. E eu sempre caio.

A queda é boa. E do lugar onde a queda acontece, ninguém quer mais voltar...

Depois da última tempestade, era possível ver alguns passarinhos voando muito perto. Dava também para ver a criadora de flores: Isabela. Mas as nuvens cederam novamente. Não pude mais acompanhar esta criadora.

No momento em que as flores de Isabela deixaram de ser observadas, todas morreram, sem excessão. Ninguém sabia, mas a bela depositava toda sua confiança na observação de peônias, margaridas e violetas. Sem nunca saber que aprovação não significa aceitação, enquanto sua vida deixou de ser admirada, Isabela também deixou o mundo...

sem ressentimento...

***

Você entende esta história?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Apaixonada sem Cura

Eu sou uma apaixonada sem cura...

Apaixonada pelo riso e pelo grito.
Amo instantaneamente quem mostra os dentes...
seja para sorrir ou para morder.

Apaixonada por vento,
e por qualquer outra força, da natureza ou não,
que leve folhas e lembranças para lugar algum.

Completamente apaixonada por espaço,
aquele que a gente conquista,
e também o que a gente preenche.

Sou apaixonada por dois segundos,
e por qualquer coisa que possa acontecer neste tempo,
e se valer a pena eu continuo amando,
e amo mais a cada dia.

***

Você se apaixona todos os dias?

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Chuva

Mãe, o que é a chuva?

É tão destoante falar de pensamentos de frente para o computador. Fica deveras impessoal. Antigamente eu escrevia um diário, e morria de medo que alguém olhasse. Não falava de namoradinhos, nem de professores, nem de amigos. Falava de minh'alma. Já (e ainda) pequena falava da profundidade e amplitude do sentimento.

Um dia esse diário tomou vida própria, e acabou consigo mesmo. Nem me disse adeus. Chorei pelas palavras, e não pelo diário. Nunca mais consegui escrever em papel com a mesma naturalidade. Engraçado que eu me lembre de tudo o que estava escrito. No entanto, não parece fazer sentido mesmo assim.

Não esqueci da tempestade de flores que presenciei ainda criança. Era linda a forma com que caiam do céu todas aquelas graças. Não se precisa de guarda-chuva quando se tem 10 anos. Depois disso, meus olhos só viam em tons de azul e violeta. No final das contas, continuo enxergando apenas o belo de todas as coisas...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Passado Presente

Essa é a passagem sobre um amigo passado que virou presente recentemente. Engraçado como ainda nos surpreendemos com amigos fênix que ressurgem das cinzas... esse tinha um amor de anos, aparentemente a namoradinha também tinha, mas o amor um dia morreu. Finalmente teve um dia em que ele cansou.

Viva para você mesmo, eu dizia, é possível fazer isto sem egoísmo, mas ele nunca escutava. Fico feliz que não tenha escutado. A queda tem que ser de cabeça, sem ressentimento.

Não importa o quão válido é o conselho, tenho que aprender a manter minha boca fechada de vez em quando.