Mãe, o que é a chuva?
É tão destoante falar de pensamentos de frente para o computador. Fica deveras impessoal. Antigamente eu escrevia um diário, e morria de medo que alguém olhasse. Não falava de namoradinhos, nem de professores, nem de amigos. Falava de minh'alma. Já (e ainda) pequena falava da profundidade e amplitude do sentimento.
Um dia esse diário tomou vida própria, e acabou consigo mesmo. Nem me disse adeus. Chorei pelas palavras, e não pelo diário. Nunca mais consegui escrever em papel com a mesma naturalidade. Engraçado que eu me lembre de tudo o que estava escrito. No entanto, não parece fazer sentido mesmo assim.
Não esqueci da tempestade de flores que presenciei ainda criança. Era linda a forma com que caiam do céu todas aquelas graças. Não se precisa de guarda-chuva quando se tem 10 anos. Depois disso, meus olhos só viam em tons de azul e violeta. No final das contas, continuo enxergando apenas o belo de todas as coisas...
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