Blogs estão bloqueados onde eu trabalho, estou tentando não me incomodar com os inúmeros bloqueios que apareceram. Atualizações somente nos finais de semana. Gomen Nasai. Vou compensar a demora com um texto mais pessoal, agradeço aos comentários.
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"Se esse mundo fosse plano, talvez nunca nos encontrássemos. E viveríamos nos afastando, nunca diminuindo a velocidade, como se corressemos um do outro. Mas não importa o quão longe estejamos, o mundo dá voltas. Tenho certeza de que iremos, mais uma vez, nos encontrar".
- Uma tradução ruim de Loop, música da Sakamoto Maaya
***
Eu gosto de escrever.
Quando eu penso muito tempo em alguma coisa, fico com vontade de escrever. E depois que eu escrevo, já não me preocupo mais com aquilo. Engraçado, mas é como se eu desse asas para meus pensamentos... eles se tornam livres e não somente meus. Sempre foi assim.
Queria escrever essa semana, para parar de ficar pensando bobagens e, por algum motivo, tudo que eu escrevia, acabava apagando no final. Várias vezes já fiz isso, já perdi mais palavras do que escrevi de verdade, penso que todo mundo que escreve no computador acaba fazendo o mesmo. Só não sei porque, dessa vez, isso me incomodou.
Nunca apaguei nada do meu velho diário de papel, talvez por isso não escreva mais nele... talvez ele tenha se tornado impessoal demais quando outras pessoas passaram a achar divertido lê-lo, isso quando eu tinha uma idade onde não era aconselhável rir das besteiras que eu sempre escrevia.
Vejam bem, adultos esquecem o que é ser criança e da importância de algumas coisas nessa época. E quando se é criança pouca coisa se torna realmente complicada. Minhas preocupações giravam em torno de cometas e eclipses perdidos por causa das nuvens. As nuvens eram meu maior problema. Os outros viviam em um mundo que eu não alcançava, - acho que ainda não alcancei - e enquanto todas as outras pessoas queriam ser compreendidas, eu queria compreendê-los, entender suas motivações, o porque de certas coisas.
Porque Lunática?
Uma época eu rabiscava "Ora (direis) ouvir estrelas" nos meus cadernos de escola (e perdi o senso), lia muitos livros e me sentia estranha por isso, me fizeram pensar que era ruim ser diferente, gostar de literatura, astronomia, mitologia - dia desses percebi que não sei mais os nomes de todas as luas de Jupiter e Saturno, descobriram tantas novas! Fiquei triste com isso, não estou criando tempo para olhar para mim mesma, e se perder isso, não saberei mais quem sou ou o que estou fazendo aqui. O que estou fazendo aqui?! Oras, me divertindo e sendo eu mesma...
Uma aula de português da 6ª série, e eu tive que escrever um poema, alí, na hora. Minha primeira oportunidade de escrever minhas besteiras sem parecer alienígena, achei que deveria escrever algo que as pessoas gostariam de ler. E escrevi:
"O amor é muito frágil,
e se quebra n'um segundo,
mas gostaria que soubesse
que você é meu mundo.
Meu mundo de amor,
meu mundo de ilusão,
o mundo de alguém
que roubou meu coração.
Mas e se o vento parasse,
e se a vida acabasse,
e se eu te dissesse
que é seu o meu coração?
Não só meu coração,
mas também tudo que se faz.
Eu gostaria de te dizer
que te amo cada vez mais".
Hoje me parece meloso e infantil, mas eu me orgulhava dele. Quando se tem 13 anos de idade, escrever algo diferente de árvores e florestas é um motivo para se orgulhar. Mas acabei ficando sem nota e a professorinha escreveu no final do meu poema "acho que já li isso em algum lugar". Fiquei decepcionada.
Naquela época eu não fiquei irritada a ponto de responder, apenas fiz outra redação sobre as árvores e as florestas. Querem saber por que eu não falei nada? Todos da sala gostaram do meu poema, ficaram contentes, me deram parabéns. Para mim foi bom. Aquilo me motivou a continuar escrevendo...
Hoje eu não sei se conseguiria escrever dessa forma 'melosa', pelo bem da verdade devo dizer que esse poema não falava de ninguém em especial. Nessa época eu passava muito tempo sozinha no terraço, com minha luneta, olhando para a Lua. Acabava pensando besteiras desse tipo. Então não é muito verdadeiro, é?
Voltando ao meu diário de papel, o teor é mais ou menos esse... Minhas bobagens favoritas. Então, ainda pelo bem da verdade, vou tentar não apagar e nem pensar muito no que escrevo. O que eu escrever de uma vez será o que eu pensei, e isso faz do texto algo 'verdadeiro'.
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"Se esse mundo fosse plano, talvez nunca nos encontrássemos. E viveríamos nos afastando, nunca diminuindo a velocidade, como se corressemos um do outro. Mas não importa o quão longe estejamos, o mundo dá voltas. Tenho certeza de que iremos, mais uma vez, nos encontrar".
- Uma tradução ruim de Loop, música da Sakamoto Maaya
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Eu gosto de escrever.
Quando eu penso muito tempo em alguma coisa, fico com vontade de escrever. E depois que eu escrevo, já não me preocupo mais com aquilo. Engraçado, mas é como se eu desse asas para meus pensamentos... eles se tornam livres e não somente meus. Sempre foi assim.
Queria escrever essa semana, para parar de ficar pensando bobagens e, por algum motivo, tudo que eu escrevia, acabava apagando no final. Várias vezes já fiz isso, já perdi mais palavras do que escrevi de verdade, penso que todo mundo que escreve no computador acaba fazendo o mesmo. Só não sei porque, dessa vez, isso me incomodou.
Nunca apaguei nada do meu velho diário de papel, talvez por isso não escreva mais nele... talvez ele tenha se tornado impessoal demais quando outras pessoas passaram a achar divertido lê-lo, isso quando eu tinha uma idade onde não era aconselhável rir das besteiras que eu sempre escrevia.
Vejam bem, adultos esquecem o que é ser criança e da importância de algumas coisas nessa época. E quando se é criança pouca coisa se torna realmente complicada. Minhas preocupações giravam em torno de cometas e eclipses perdidos por causa das nuvens. As nuvens eram meu maior problema. Os outros viviam em um mundo que eu não alcançava, - acho que ainda não alcancei - e enquanto todas as outras pessoas queriam ser compreendidas, eu queria compreendê-los, entender suas motivações, o porque de certas coisas.
Porque Lunática?
Uma época eu rabiscava "Ora (direis) ouvir estrelas" nos meus cadernos de escola (e perdi o senso), lia muitos livros e me sentia estranha por isso, me fizeram pensar que era ruim ser diferente, gostar de literatura, astronomia, mitologia - dia desses percebi que não sei mais os nomes de todas as luas de Jupiter e Saturno, descobriram tantas novas! Fiquei triste com isso, não estou criando tempo para olhar para mim mesma, e se perder isso, não saberei mais quem sou ou o que estou fazendo aqui. O que estou fazendo aqui?! Oras, me divertindo e sendo eu mesma...
Uma aula de português da 6ª série, e eu tive que escrever um poema, alí, na hora. Minha primeira oportunidade de escrever minhas besteiras sem parecer alienígena, achei que deveria escrever algo que as pessoas gostariam de ler. E escrevi:
"O amor é muito frágil,
e se quebra n'um segundo,
mas gostaria que soubesse
que você é meu mundo.
Meu mundo de amor,
meu mundo de ilusão,
o mundo de alguém
que roubou meu coração.
Mas e se o vento parasse,
e se a vida acabasse,
e se eu te dissesse
que é seu o meu coração?
Não só meu coração,
mas também tudo que se faz.
Eu gostaria de te dizer
que te amo cada vez mais".
Hoje me parece meloso e infantil, mas eu me orgulhava dele. Quando se tem 13 anos de idade, escrever algo diferente de árvores e florestas é um motivo para se orgulhar. Mas acabei ficando sem nota e a professorinha escreveu no final do meu poema "acho que já li isso em algum lugar". Fiquei decepcionada.
Naquela época eu não fiquei irritada a ponto de responder, apenas fiz outra redação sobre as árvores e as florestas. Querem saber por que eu não falei nada? Todos da sala gostaram do meu poema, ficaram contentes, me deram parabéns. Para mim foi bom. Aquilo me motivou a continuar escrevendo...
Hoje eu não sei se conseguiria escrever dessa forma 'melosa', pelo bem da verdade devo dizer que esse poema não falava de ninguém em especial. Nessa época eu passava muito tempo sozinha no terraço, com minha luneta, olhando para a Lua. Acabava pensando besteiras desse tipo. Então não é muito verdadeiro, é?
Voltando ao meu diário de papel, o teor é mais ou menos esse... Minhas bobagens favoritas. Então, ainda pelo bem da verdade, vou tentar não apagar e nem pensar muito no que escrevo. O que eu escrever de uma vez será o que eu pensei, e isso faz do texto algo 'verdadeiro'.
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