Essa é a história de um comprador de memórias, que dava dinheiro por qualquer lembrança alheia. Não precisava ser uma boa lembrança, bastava que fosse genuína. Nada de contos de livros nem de versos formados.
Com o passar do tempo, o comprador foi ficando impaciente, sempre as mesmas histórias! Passou, então, a selecionar o que iria ouvir...
Uma vez eu quis falar de amores, mas o comprador não tinha interesse na minha vida. "Muitas pessoas falam de amor" - ele disse. E não parecia querer saber de mais aventuras.
Uma outra vez eu quis falar de saudade. "Não quero mais conversas tristes" - ele disse. Nunca achei saudade algo ruim, mas chega de saudade, então.
Ele queria me pagar para falar de flores. Mas quem pode comprar aquilo que não pertence a ninguém?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário